Miaus do vosso
Berrinhos
Miaus do vosso
Berrinhos
Confirmo tudo o que atrás ficou revelado! A verdade não pode ser escamoteada. Inclusive e principalmente as incidências perniciosas nas despesas fixas.
Acrescento ainda que o Berrinhos demora um ror de tempo a beber água. Desconfio que tenha um estômago com capacidade suficiente para albergar tanta água como a de um tsunami originado por um terramoto “nota” 10 nas escalas richter mais mercalli não forçosamente por aquela ordem.
Como não aguento estar todo o tempo junto a ele enquanto bebe, recorro a truques que, no final, não resultam, tipo deixar as luzes da casa de banho e do corredor acesas, ou a telefonia da casa de banho em altos berros. E lá fica a torneira aberta. Por vezes por largo tempo. A EPAL agradece mas devia aplicar multas. Ui! Esta foi infeliz! Coitado de mim…
Lembro-me então das minhas críticas quando vejo bocas-de-incêndio e tubagens danificadas a verter para a via pública, jardins da cidade serem regados em dias que chove copiosamente ou de água a ser atirada para fora da área dos monumentos “ornamentados” com repuxos gigantescos contrastando com a publicidade paga, na TV, redimindo o “criminoso” caseiro ao voltar atrás para fechar a torneira que deixou aberta por momentos. Onde andará naqueles momentos o CML António Costa? Será ele o “assassino”?
O Berrinhos, esteja eu em casa onde estiver, aparece para me “conduzir” ao “Bidet”. Primeiro mia, e se eu não me despacho, berra!!! - era assim em “miúdo”, razão do nome com que o baptizámos – e quando me levanto, dirige-se à casa de banho e salta para a tampa do tal acessório sanitário e aguarda que lhe abra a torneira.
Ultimamente, de em vez quando (vá lá saber-se porquê), acaba de beber e emite um miado que passei a interpretar como “aviso” de estar devida e totalmente saciado. Entusiasmado, corro para ele e ainda antes de fechar a torneira passo-lhe várias vezes a mão pelo dorso querendo convencer-me que ele com tanta “graxa” passará a alertar-me, ao mesmo tempo que o premeio com o monólogo:
- Boa! Obrigado Berrinhos!– repito pelo menos 20 vezes não esquecendo o afago…
ALÔ! Júlio de Matos…
Deve ser uma visão no mínimo surrealista, que felizmente ninguém tem a possibilidade de testemunhar. Mas juro que é verdade! Há ocasiões – o líquido saber-lhe-á melhor? - que ele me “avisa” para fechar a água!
Só ainda não descobri como fazer para que ele o faça sempre.
Mas hei-de conseguir!
Obrigado pela vossa compreensão.
O escriba do Berrinhos,
Cândido
(Berrinhos contribui para a facturação da EPAL)