segunda-feira, 29 de março de 2010

(9) BERRINHOS NÃO ACHA GRAÇA À ATENÇÃO DISPENSADA AO "RUCA"

Não fora a minha provecta idade e sairia de imediato de casa. Pegaria no enxoval e fazia-me à rua.

Não faltaria certamente quem me adoptasse. Um felino de linhagem e marca registada como eu, não ficaria debaixo da ponte mais de meia-hora!

Perguntarão o porquê deste súbito mau feitio. Não é tão súbito como possa parecer. Eu tenho vindo silenciosamente a engolir em seco, há um ror de tempo. Minha dona com a cumplicidade disfarçada do “cota” (meu dono!) todos os fins-de-semana se desloca não faço ideia aonde, para distrair um canídeo.

Não há fim-de-semana em que ela deixe de se deslocar sempre na parte da manhã, ao Domingo ou ao Sábado, levando ração, um cobertor ou qualquer outra mariquice para um tal de RUCA! E passeá-lo… e limpar o seu espaço… e brincar com ele... Coitadinho do Ruca…!???!!!

A meio da semana passada chegou a casa tardíssimo. Eu não sei como nem porquê, o meu dono atura tanta ausência. Ela foi levar o Ruquinha (como ela(s) o tratam – mariquices…) a um tratamento de beleza num SPA algures lá para os arredores de Sintra. Caraças…!!! vão longe!!!

Parece que aquilo até meteu perfume e um spray para dar brilho ao pêlo…

Então para dar banho ao bicho não têm lá perto da casota (chamam-lhe mansão… LOL) uma mangueira?

Eu e as minhas “gatas” nunca fomos presenteados com tais mordomias. Verdade seja que dispensamos. É só ver o branco alvíssimo e o brilho natural (!!!) da pelagem das minhas “gatas” .

Ah! E ela ainda leva a máquina fotográfica e tira fotos e faz vídeos. E o meu dono, “calça frouxa” vai logo todo lampeiro tratar as imagens, colocar música, enfim não resiste aos desejos da Dona Nelinha… E como prova do que acabo de relatar segue o vídeo/ filmagem no SPA “PetSpace” (passe a publicidade - link no título).

Mas sabem porque acabo de perdoar estas "traições"?

1 - Porque na passada segunda-feira o “velhote” foi com um amigo, a Setúbal, junto de uma família que recolhe gatinhos para de lá trazer 3 (três) gatinhos com 5 semanas. O referido amigo dele, que vejo montes de vezes cá por casa, ficou com um de cor “beije”, a que deu o nome de PIRO. Os outros dois foram adoptados por uma amiga comum, de nome Isabel que ficou com um gatinho amarelo tigrado e outro malhado que se irá tornar, tenho a certeza num belo “Azul Rússia”. Depois de passarem pela Clínica Vet Mouras no Lumiar (passe a publicidade…!) seguiram para os seus novos domicílios. Abaixo as fotos dos referidos adoptados.




(Este é o Piro)






(Estes, os da Isabel ainda não têm nome pois aguardam que a neta os baptize)

2 - No Domingo a minha dona (e a amiga Alzira) foram ao Lourel (Sintra) com um amigo a quem entregaram uma gatinha que ali se encontrava fechada numa vivenda há mais de um ano, por morte da dona. Embora tendo alguém que lhe dava de comer, a solidão resultou numa sintomologia de stress denunciada pelas "peladas" que apresenta.

O novo dono manteve o nome original: Menina!




(Eis a "Menina")


É por estas atitudes e pelo modo como somos tratados pelos “velhotes” que eu (apesar das muitas queixas…) adoro os meus donos...

... e todos os meus amigos

Muitos miaus do Berrinhos




BOA TARDE

segunda-feira, 22 de março de 2010

(8) E SERÁ QUE TEM CURA?

A idade nos humanos deve ser coisa difícil de carregar. E eu que lhes falo do assunto já sou centenário"!
Mas faz-me uma confusão o estado cada vez mais decadente do idoso do meu dono.
Então não é que ele está convencido que fala cá connosco, os felpudos? Eu tenho uma boa parcela de culpa. É que, de vez em quando ele faz uns ruídos enquanto me fita fixamente. Eu já entendi que ele fica muito contente se eu der uns miados. E eu dou-lhos. Conclui que ele fica muito satisfeito ao ouvir-me... e "desampara-me a loja".
Ontem dei com ele a "falar" com a Bebby que me parece já ter aprendido o meu "truque". Só que ele, babado, persegue a minha querida bichinha com festas (fico um pouco ciumento!) e mantem uma algarviada como se estivesse a dialogar com a desgraçada.
Ora vejam bem...


(Conversando???)

sábado, 20 de março de 2010

(7) UM INTERVALO ...

Meus caros amigos humanos!
Aqueles que por ventura tiveram a paciência de ler (até aqui!...:) este meu Blog, são realmente uns "queridos".
Pacientes e condescendentes.
O problema é que, quanto mais simpáticos e compreensivos somos mais abusam de nós. Certo?
E querem um exemplo?
Desafio a que leiam um "flagrante da vida real" escrito pelo meu dono, aqui há uns anos e que, sem lhe dar "cavaco", passo a publicar após este intróito.
É um pouco extenso. Mas, o meu dono é como eu, quando começo....
Muitos MIAUS, agradecido pelo vosso apoio e já agora, convido-os a darem uma vista de olhos ao que segue.
Prometo um ...

FINAL FELIZ!

(MAIO 2001)

I

A

cabeça pendia-me de cada vez que pretendia endireitá-la. O pescoço não tinha a força necessária para a manter equilibrada. Caiu novamente sobre um tecido áspero, que não absorveu a queda. Um estrondo sacudiu-me todo o corpo, amplificado até à náusea, percorrendo todos os ossos escassamente cobertos pela pouca carne que os envolvia.

A fome e a sede criavam-me a sensação de flutuar naquela escuridão total.

Estava escuro como breu, o que tornava impossível determinar as dimensões do espaço que me rodeava. Devia ser tão grande quanto a própria escuridão... ou talvez não. A fraqueza baralhava-me os sentidos. O forte eco dos sons da agitação dos meus irmãos que brincavam um com o outro, sortudos pela refeição que lhes tinha sido fornecida havia pouco, deu-me a sensação de me encontrar numa vasta área com um pé-direito descomunal. Ou seria uma ressonância interior, uma partida da minha cabeça oca, esvaída?

Tentei arrastar-me até encontrar a origem de uma pequena aragem que, a pouco e pouco, se intensificava e me atingia numa das coxas. Provavelmente estaria perto de alguma porta ou janela que subitamente permitira a entrada daquela aventurada sensação de fresco. Calculei que seria já de noite.

Aliás, a noite vinha sendo a minha companheira há largo tempo. Desde quando? Não fazia ideia. Algures desde que os meus olhos falhos de limpeza se recusaram a abrir. O esforço para elevar as pesadas tampas que os cobriam era demasiado para as parcas forças que ainda me restavam. Deixei-me ficar esperando que a brisa aumentasse de intensidade.

I I

O buraco, no local onde deveria existir um estômago fazia sentir-se dolorosamente. Não me recordava da última vez em que usufruíra de uma refeição. Séries de arrepios percorriam-me o corpo a intervalos cada vez menos espaçados. Na fraca memória vagueava o registo (quando?) do forte odor da comida à qual não me fora possível chegar. Não por falta de vontade, mas por falta de forças que me permitissem arrastar até ela. Não tinha a mínima noção de quando me chegara às narinas aquele cheiro que, por falta de hábito, me surgira demasiado forte, a pontos de me ter sentido tão enjoada que, apesar da fome, não me foi possível engolir o que quer que fosse.

Os meus irmãos tinham-se servido do pouco que nossa mãe nos dispensava. Atiraram-se à comida, empurrando-me, como se eu não existisse. Pensavam realisticamente que a comida que me fosse dispensada, não só seria insuficiente para me manter de pé, como ainda os privaria de uma ração para eles indispensável. Provavelmente, pensavam que eu já tinha passado para “o lado de lá”. Havia alguma razão para a sua atitude. Não deixava de ser um raciocínio lógico, face à minha longa imobilidade. Apenas uma empenhada atenção e um apurado e sensível sentido auditivo dariam para detectar a minha quase inexistente respiração. Não me mexia, e por muitos esforços que fizesse para abrir a boca na tentativa de emitir qualquer som, as minhas cordas vocais não funcionavam.

I I I

O “caniche”, branco de neve, corria e ladrava desaustinadamente enquanto subia e descia as escadas exteriores da vivenda.

Saltava no ar, dava meia volta, corria para a frente e para trás sem nexo nem destino, enquanto ladrava como se o mundo estivesse para acabar. Corria mais do que devia. As unhas - apesar do esforço, denunciado pelo ruído do atrito no chão - não conseguiam fazer parar aquele monte de pêlo lãzudo. Então, para meu gozo, ele embatia com alguma violência contra a casota, ou a parede, ou a porta, ou qualquer outro obstáculo à sua frente, que o idiota, cegueta, tonto com as desmioladas cabriolas, não vira. Então, por um momento, ficava calado e “disfarçava” com uma corridinha em direcção às pernas da dona, pelas quais parecia estar disposto a subir, na esperança de ver a gracinha premiada com uma carícia.

O raio do bicho tinha uma fileira de dentinhos que não conseguia esconder dentro da boca, mesmo quando fechada. Não metia medo - mas irritava - aquela boca, qual gaveta empenada que sem possibilidade de encaixar no móvel a que pertence, fica eternamente a mostrar o conteúdo no seu interior.

De vez em quando arremetia direito a mim. Os meus irmãos também eram vítimas da mesma atitude. Minha mãe lá ia tentando controlá-lo receosa que, nos seus movimentos desastrados, pusesse em perigo a integridade física dalgum dos elementos da família.

Eu encolhia-me sentindo os movimentos à minha volta. Se ela não resolvesse o problema eu não teria condições de fazer face ao perigo que o canídeo representava. Inconscientemente adivinhava que seria eu a sacrificada, caso a situação ficasse subitamente fora de controlo.

Os meus dois irmãos, ainda que apenas bebés, mostravam alguma relutância em tratar-me como um igual. Resolveram pôr-me à margem. Efectivamente, não era muito igual... Como último de trigémeos, a nascer, eram logo notadas algumas diferenças na comparação com os meus irmãos. Mais pequena, movimentava-me com dificuldade, chorava com frequência, as ramelas acumulavam-se e para mim era notório que minha mãe dispensava mais atenções maternais aos “outros dois”. Eu ficava no meu canto, possivelmente com aquele ar de quem pede desculpa por ter nascido. Enfim, dei comigo a sentir-me como uma intrusa.

E entretanto, o “caniche” não nos dava descanso. O cãozinho era pertença da dona do imóvel e portanto seríamos nós a ter de nos mudar para sossego e descanso da minha mãe e dos seus filhos: meu pai raramente aparecia em casa... Aliás, eu nunca o vira...

Urgia encontrar uma solução!

A PRIMEIRA MUDANÇA

O som dos latidos, vagarosamente, ia ficando para trás, enquanto eu era transportada pela minha mãe, para longe daquele que, na minha lembrança, fora o meu primeiro lar, cada vez menos seguro.

A tenra idade não permitia que me deslocasse pelos meus próprios meios. Assim, minha mãe levou-me. Pegou-me desajeitadamente com uma sacudidela tão forte que, fez com que conseguisse abrir os meus olhos fechados desde há muito. Aterrorizada, dei conta de me encontrar a uma distância sem fim do chão, que deslizava a uma velocidade vertiginosa. A sensação de vertigem terminou quando fui depositada na minha nova cama, desta vez sem qualquer resguardo, no solo.

Passada a excitação da minha pequena primeira viagem, senti um frio tremendo tomar conta do meu corpo. Gemi e com um arrepio procurei encostar-me aos meus irmãos enquanto minha mãe nos aconchegava apertando-nos uns contra ou outros e contra ela própria, consciente da importância de lutar contra aquela brusca diferença de temperatura. O frio ia aumentado cada vez mais, à medida que as horas passavam. Encolhi-me o mais possível tentando guardar o pouco calor que o meu corpo ainda produzia.

...................................................

Quanto tempo permaneci inconsciente não me é possível recordar.

Seria aquela a sensação quando se deixa o número dos vivos? Era algo de etéreo, muito forte, aquela repentina, pesada e estranha sensação de bem estar.

Finalmente a paz envolveu-me com a crescente e implacável escuridão.

A SEGUNDA MUDANÇA

Estranhamente, nada tinha de espiritual o calor que me acordara: era bem material, nada etéreo apesar de parecer que flutuava. Estava mais uma vez de viagem e, desta feita, o que quer que fosse que me levava, era algo que emanava um calor extraordinariamente confortável. Uma matéria desconhecida para mim: suave, quente, com um perfume delicioso, embriagante.

Um poderoso batimento regular, forte, relaxante, embalava-me transmitindo calma e confiança, recordando-me o pulsar do coração de minha mãe quando, em tempo já distante e muito raramente, me aninhava em seu peito, procurando na mama uma refeição que nunca me satisfez. Era algo de paradisíaco o quer que fosse que naqueles momentos eu experimentava. Lá consegui forças para encostar o ouvido àquela fonte de vida. Pressenti que a minha vida iria mudar… para melhor.

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Depois de abrir a porta do carro e de me sentar, desci a Maria do meu abraço junto ao peito e aninhei-a no meu colo.

Dali a pouco começaria a viagem de Manta-Rôta para Lisboa e também a tarefa de trazer à vida uma moribunda.

ABRIL 2008

Depois de muitos cuidados em casa e de apoio clínico, a “Maria” sobreviveu. Tem agora 6 anos e vive tranquilamente como qualquer felino bem tratado. Boa companheira, alegre, tem por vezes olhares que parecem agradecer ter sido arrancada a uma morte certa. Por vezes é visitada pelo irmão que trouxemos em nova viagem ao Algarve, passados cinco meses da vinda da Maria. Uma nossa vizinha e amiga, cativada pelas maneiras da Maria, ao saber da existência de dois manos, pediu que trouxesse-mos um deles para ela adoptar. E lá veio mais um algarvio para Lisboa: o “Patinhas”, como fora por nós baptizado, pelo seu hábito de estender as patas com frequência pedindo “mimos”, vive pachorrentamente, sozinho, com a dona que o cumula de atenções. De vez em quando sobe a escada, vigiado pela dona, para visitar a “mana”.

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A Maria foi poupada de saber que o mano mais velho, terceiro e último da ninhada, não sobreviveu a um atropelamento, perto do local onde nasceu…


(6) PIPPY - MAL DE UNS... SORTE DE OUTROS...

PRÓLOGO” ANTES DE FALAR NA PIPPY


Sou como os homens!!! É verdade! É a minha dona que o diz!!!

Leiam com atenção!

Ao longo dos anos, já tinha notado que as “minhas” gatas, antes de saírem da “casa de banho”, depois de se aliviarem, passavam um “tempão” a tapar com a areia o resultado do “alívio”.

Primeiro, é uma barulheira dos diabos a remexer na areia a tapar o que fizeram e não abalam sem antes, com as unhas, rasparem tudo: os bordos do caixote, as paredes do dito e até a parede. Só depois é que se retiram da “casa de banho”.

(ÀPARTE - Temos duas “casas de banho” – não gosto de lhes chamar “caixotes”. Até porque nem o são. São duas caixas com paredes altas e num dos lados têm uma rampa. Coisa fina, graças ao… IKEA!)

Ao contrário daquelas asseadas “meninas” eu, assim que me despacho, disparo para longe a alta velocidade. Quando o ar fica irrespirável, só paro na última divisão da casa.

Aqui há uns dias ouvi os meus donos referirem as boas maneiras (?!) e o asseio das minhas “gatas” em contraponto com a minha atitude, que estava ser muito criticada. Mas de imediato o meu “ego” subiu às nuvens quando ouvi a minha dona dizer para o “cota”!

- Já reparaste o que elas fazem quando acabam de usar a “casa de banho”? Deixam tudo como deve ser. O Berrinhos, macho, comporta-se tal e qual os homens, que nunca baixam a tampa da sanita!

Yessss! Agora é que, depois de me servir, jamais me vou preocupar com o estado da “casa de banho”. Continuarei a comportar-me como um homem!!! Sou um macho! Quase me posso considerar humano!

Homens! Ao alto as tampas das sanitas!!! Yah!



II PIPPY – A PIMPINHA... RESSUSCITADA
link no título


Ela (a futura Pippy) parecia ser a “Pimpinha” ressuscitada.A tal que caiu da janela. A sua última foto data de 28 de Outubro de 2006. Os nossos donos, depois dos momentos iniciais de choque, quando deram pelo trágico e inesperado desaparecimento, passaram à acção.

Postes de electricidade, candeeiros, árvores e montras de estabelecimento num raio de 10 quarteirões ostentavam fotos da desaparecida “Pimpinha”.

Minha dona, destroçada, acalentando a esperança de reaver a “gatinha”, mandou fazer um número esmagador de fotocópias a partir de um “poster” com fotos da bichana que o “cota” cozinhou no computador.

(Este poster foi mais exposto que cartaz de partido em vésperas de eleições)

Montanhas de e-mails foram enviados para tudo o que era sítio. As redes de amigos(as) particulares, associações, veterinárias, tudo foi avisado e a todos foi pedido empenho na procura da bichinha. Montanhas de telefonemas, mails, recados nos estabelecimentos que aderiram ao “movimento ”tudo aos montes, foram ouvidos, lidos, recolhidos e analisados. Saídas para a rua a “horas estranhíssimas”, “batidas” em jardins particulares, lanternas a varrer o chão debaixo de automóveis estacionados tudo foi feito para encontrar a “gata voadora”. Valeu tudo!

A casa estava um alvoroço. A “gataria” (eu incluído...) viva e carente. foi posta de lado. Qual Madie, qual carapuça. Aqui é que se viveu um momento alto de solidariedade.

Passaram umas semanas. Eis senão quando, uma simpática rapariga informou que tinha recolhido uma gatinha que era ”tal e qual” a Pimpinha. Só podia...

Alvoroço! Esperança! Contacto com a “achadora”! Troca de fotos pela Net! Sim! É ela! Aleluia!

(ÀPARTE) – Meu dono, desde o início, que não alinhou na alegria. Não se empolgou. Manteve-se sereno. E duvidou… Até hoje!Dei por isso! Fui o único!!!Segundo ele, aquela não era a Pimpinha. Achava a cor diferente. A “voadora” tinha a pelagem bem mais curtinha, orelhas maiores, focinho mais miúdo, pernas mais fortes. E eu estava de acordo com ele, embora me interessasse sobremaneira o reforço do harém, com entrada de mais uma “gatinha”. Fosse ela a Pimpinha a Isaurinha a Xenica ou a Cinha!? Queria lá saber. Venha mais uma!

O final da história é fácil de adivinhar. O meu dono teve de “engolir” mais um sapo em forma de felino tigrado. A dona, mais a tal amiga já referida anteriormente deram-lhe “a volta”. Ou por outra. Ele rendeu-se: quando não “as” podes vencer… junta-te a elas…

Vá lá! Conseguiu que a “Pimpinha” “virasse” PIPPY “, depois de grande debate (e desgaste) ! Assim a modos como um “prémio de consolação”.

NOTA IMPORTANTE: Alzira, é o nome da amiga da nossa dona. E também muito nossa amiga. Ela tem tanto a ver com o harém que, em sua homenagem e agradecimento muito pessoal, passarei, a partir de agora, a referi-la pelo nome. É ela que nos assiste sempre que os meus donos saem de casa por períodos longos. E por vezes nos leva à Clínica que fica aqui a cem metros. É que o “cota” é um mariquinhas e não aguenta ver-nos na “marquesa”. Nem na “transportadora”! Eu também não gosto da “transportadora! Ainda menos da marquesa!!!”

III PIPPY – Biografia



Apanhada na rua, pela tal rapariga que a encontrou, apresentava na altura em que foi recolhida, um aspecto lastimável. Os habituais maus tratos. Porém tudo indicava que teria em tempos vivido em domicílio, pois o desgaste anormal das suas unhas não é usual em gatos que vivem na rua.

Antes de entrar no hárem, em 14 de Setembro de 2007, passou pela nossa médica, Drª. Anabela que, observando a dentição calculou a idade nuns catorze meses. O que, para a minha dona coincidia com a idade da desaparecida Pimpinha.

(ÀPARTE – Meu dono até desconfiou da “coincidência” que foi mais um dos argumentos esgrimidos por minha dona para convencê-lo que aquela (tas a ver???) é a Pimpinha!”!!!).

Assim, no BI da PIPPY consta 17 de Junho de 2006 como data do seu nascimento. Signo Gémeos.

IV - PIPPY- Modelo




Raça: Europeu comum. Se não fosse eu nesta monotonia “comum” ,a dar um toque de “classe” com o meu estatuto de raça…Pelagem tradicional dos tigrados. Cinzenta, tonalidades entre claros, escuros e quase pretos.

As pernas curtas e magras suportam um corpo que cresceu… para os lados e substancialmente para baixo.A barriga parece estar a fazer concorrência ao “cota” do dono. Está como uma barrica com pernas.

O seu ponto MUITO, mas mesmo MUITO FORTE, é o focinho. É o focinho mais felino de toda a família. Um puro EXEMPLAR!

V - COMPORTAMENTO

Inicialmente revelou-se “arisca”. Reservada, reagia rosnando a qualquer tentativa de aproximação.

Os meus donos habituados à aceitação de todos nós, tiveram muita paciência para resolver o problema. Já formados no “Curso de Aproximação a Felinos Atravessados”, não recuavam mesmo quando ela ameaçava mordê-los,reacção que a Pippy manteve cerca de ano e meio até aceitar com prazer os afagos e festinhas do costume. Aliás, até passou a pedir que lhe coçassem a cabeça, emitindo uns “mios” característicos erguendo-se sobre as patas traseiras, assim tipo cão. Eu, como felino puro, pessoalmente, acho aquela atitude degradante.

Aos poucos foi engordando. Eu como os meus amigos humanos também gosto “delas” um pouco “cheias”, formas arredondadas, i.e. com qualquer coisa onde possamos “arranhar”… Mas aqui para nós, ela abusou! Arrasta a barriga pelo chão. Ao deslocar-se, move-se (não anda…!) como um peregrino andarilho, em final de 900 kms. de promessa.

Mas tem uma pelagem, dentro do tipo, lindíssima.

Anda sempre, MAS SEMPRE, atrás de mim. Espreme-me em cadeiras que não dão para dois (então com o volume dela…). Deita-se em cima de mim,


(Quando a Pippy me "esmaga")

lambe-me a toda a hora. Chega a ser CHATA!!! Eu bem tento pirar-me de mansinho quando ela adormece. Mas ela dá logo por isso. E aí vem ela… Passa a noite encostada a mim, aos pés da cama do meu dono. É uma cola…

De todas é a única que não me dá tréguas. Não sei que seria de mim se não estivesse “tratado”…

Mas gosto muito dela. Fica bem no meu harém e agradeço aos Deuses dos Gatos Siameses a volta que a minha dona deu ao “velhote”.

E chega por hoje.

A minha próxima amiga que irão conhecer é a velhota “MARIA”. A vedeta. O ai Jesus cá da "colónia".A última das odaliscas do meu harém.


Muitos MIAUS do vosso

Berrinhos

BOA TARDE

domingo, 7 de março de 2010

(5) - BEBBY - A "SUBSTITUTA"

PRÓLOGO (Antes de falar na Bebby…)

Os leitores deste Blog devem estar surpreendidos e quiçá desconfiados. É natural. Um gato, mesmo um gato como eu a dominar a arte de escrever? E a falar? E entender a fala dos Humanos? Compreendo o ar desconfiado dos meus inúmeros leitores.

Vamos pensar: se existe um felino “rafeiro” , maltês, que toca piano e fala francês, porque razão não hei-de eu, um espécimen de raça superior, tratar o Word por tu? E qual a dificuldade em fazer copy/past para o Blog? E ouvir o que os humanos dizem? Tenho ou não tenho orelhas e ouvidos? Ainda por cima muito eficazes, desenvolvidos. Até “oiço” com os bigodes…

Mas, como é obvio… não escrevo.

Ficaram aliviados, hein?

As minhas unhas tal como as de “gel” - até eu me surpreendo como sou tão culto - não são as mais indicadas para trabalhos tão delicados e assim, quem escreve os textos publica os vídeos e a compõe o álbum dos “felpudos”, é o outro “cota”. O meu querido dono!

E como? Passo a desvendar o mistério.

Ao princípio da noite deito-me na sua cama, a seus pés. Aguardo que adormeça na sua posição “pré-definida” - é um louco da informática – ou seja, de lado. Depois de profundamente adormecido, em pleno sono NREM (ora tomem lá!) aproveito o ciclo mais propício e dada a sua vulnerabilidade, concentro-me e redirecciono as minhas ondas cerebrais, ditando-lhe os textos a publicar no Blog. Logo que se levanta sente uma força irresistível arrastando-o para o computador. E atira-se ao teclado. Simples!

Depois lá vai tentando, com alguma dificuldade, cumprir com o argumento. Nem sempre o escrito sai como eu lho “dito”. Paciência, o sujeito não passa de um ser humano normal! Eu perdoo as suas inúmeras falhas. Que hei-de fazer!? Foi o que me calhou na rifa…

Bem, por hoje, não falo mais de mim.

Vamos a outra das mais queridas da minhas “gatas”.

I – BEBBY – “A SUBSTITUTA”


Entre Junho e Outubro de 2006 tivemos entre nós um amor de gatinha: a “Pimpinha”.

Era, na altura, a minha terceira gata. Nascida a 16 de Junho de 2006 veio viver connosco alguns dias depois do parto.

Em Outubro do mesmo ano todos sofremos um tremendo desgosto quando ela desapareceu para não mais ser encontrada. Caiu da nossa varanda, do terceiro andar para a rua, sem que no momento da tragédia, tivéssemos dado pela ocorrência.

Foi um duro golpe para todos nós.

A nossa dona foi a que mais sofreu. E eu também fiquei devastado. Perdia uma gatinha lindíssima que se tornaria num exemplar felino de primeira água. E se os meus donos com o desgosto resolvessem não querer mais gatos? É que harém, para ser digno do nome, tem de ter no mínimo quatro odaliscas.

Mas respirei de alívio quando o meu dono, depois de inúmeras acções desenvolvidas na tentativa de reencontrar a “Pimpinha”, para “consolar” a minha dona permitiu (pois... conversa...) que outro bichano viesse ocupar o lugar ”vago” deixado pelo desaparecimento da "Pimpinha".

É assim, como substituta da Pimpinha, e tendo como madrinha a Vet Mouras, que a Bebby passou a fazer parte do meu harém.

II – BEBBY – BIOGRAFIA

Nasceu em Famões, arredores de Lisboa, em 11 de Setembro de 2006. Signo Virgem (completamente!).

A 7 de Novembro passou a integrar a nossa família, recomendada pela nossa Clínica Veterinária, a VetMouras, por onde previamente passou para um “chekup” completo. Assim, veio para junto de nós já com certificado garantindo o seu excelente estado de saúde.

Ainda bebé, Nos primeiros dias foi alimentada por “biberon”.

III - BEBBY – MODELO

Raça Europeu comum como todas as outras (eu sou a excepção… claro!)

Pelagem predominantemente preta com zonas brancas.

O focinho, branco, parece estar meio escondido por uma máscara preta que “usa” a partir do nariz. O dorso, preto, apresenta uma mancha branca. Vários e dispersos pêlos brancos, dão-lhe um toque “grisalho”.

Peito de uma pelagem que, de branco, imaculado, quase faz doer a vista. As pernas traseiras terminam numas patas brancas semelhantes a ”botinhas”.

Tem um pisar de “top-model” quando vista de trás.

IV – COMPORTAMENTO

Não gosta de andar ao colo, mas gosta de ser acariciada. Como o meu dono passa maior parte do seu tempo em casa, ela já “conversa” com ele, emitindo uns miados “amaricados” quando se lhe dirige pedindo festas. Salta para o teclado, coloca as patas dianteiras no peito dele, dá-lhe marradinhas, esfrega-se, e ronrona desaustinadamente.

(Bebby em momento de carências)


Enfim, um espectáculo doloroso para mim pois pisa-me sem cerimónia. É que eu estou normalmente deitado ao colo dele. O que lhe vale é eu estar velhote. Limito-me a mudar de cadeira ficando ao lado assistindo àquela "marmelada".

Bebby é uma gatinha alegre, brincalhona, passa longos períodos entretendo-se com a Ritinha de quem é a melhor amiga. Corre a casa toda, não chateia. Nem a mim, nem as outras nem aos donos. Enrosca-se em qualquer sofá mas aparece com regularidade como que a fazer a revista às tropas. Bom feitio, jamais teve uma atitude hostil.

Uma doçura!

Recebam muitos MIAUS

do vosso

Berrinhos


BOA TARDE