sexta-feira, 21 de maio de 2010

(20) SOBRE O COMENTÁRIO (Maria Rita) NO POST 17

(A todos os "visitantes": A resposta ao comentário em causa, não deverá ser entendido como a abertura de qualquer "FORUM" sobre o assunto versado. O Berrinhos quer continuar o seu Blog no "tom" leve, descontraído e especialmente orientado para o entretenimento que esteve na sua origem. Manda a boa educação acolhermos e publicarmos todos e quaisquer comentários sobre o assunto, desde que apresentados em termos "civilizados" como no caso presente, mas pedimos a vossa compreensão por nos permitirmos não entrar em diálogo.)

Cara Maria Rita
Os meus cumprimentos.
Não tenho o prazer de a conhecer pessoalmente. Fico satisfeito por acolher mais uma “visitante” do meu Blog e agradeço principalmente a frontalidade com que se me dirigiu e expôs a sua opinião no que respeita a um assunto gerador de muita controvérsia, que tem feito correr muita tinta e que até hoje se mantém em discussão sem ter sido alcançado um consenso. Respeito a sua opinião que poderá alterar… ou não…, depois de ler a transcrição de um texto que abaixo deixo à sua consideração, pedindo-lhe e agradecendo antecipadamente o favor de perder um pouco do seu tempo, não só na sua leitura como também na consulta dos sites (links) nele indicados onde encontrará os motivos que “justificam” a esterilização. Na qualidade de dono de 6 gatos (um dos quais com quase 19 anos) lamento que se pense que a esterilização tenha como objectivo único a comodidade dos donos ou qualquer motivação de os submeter às necessidades humanas. Quando se tem um animal a compartilhar o nosso espaço, a (con)viver connosco consideramo-lo com um elemento da nossa família. Principalmente os gatos que passam todo o tempo ao nosso lado. Os animais esterilizados também adoecem como os humanos. E então precisam de ser tratados. E à atenção que nessas alturas lhes temos de dispensar não consideramos “incomodidades”. Levá-los ao veterinário as vezes que são precisas para tratamentos, vigiá-los de tantas em tantas horas para lhe ministrar remédios, sofrer quando os vemos de “funil” amarrado ao pescoço para impedir que lambam as zonas em tratamento. Constipações, diarreias, problemas de saúde como nós os temos, obrigam-nos (aos donos que os amam) a "submetermo-nos" com dedicação, carinho e sacrifício àqueles corações envoltos em “pêlo”. Segue o texto que acima refiro e que um meu amigo “postou” no seu blog, sobre este tema, depois de ter levado o seu cão (é um dos que tem a foto no álbum do Berrinhos) à veterinária para ser esterilizado. O facto, normal de ele se referir ao seu cão não retira o interesse da questão, que obviamente também se aplica aos felinos domésticos. Creio que poderei dizer que, onde se lê "cão", pode ler-se "gato" na quase totalidade da exposição!
“…Após detalhada investigação do tema, a João e eu decidimos esterilizar (isto é, castrar) o Rafy. Neste exacto momento, 99,9% por cento dos potenciais leitores deste blog estão a pensar
O quê?!?!? Que horror!!!!!
No entanto creio poder vaticinar que a maioria mudará de opinião no final deste post. Ou talvez não: continua a ler para saber se a tua opinião se altera.
No processo de aprendizagem sobre como cuidar do meu futuro cão, uma tarefa que assumi com um misto de responsabilidade severa e de indisfarçável alegria, vi, entre muitos outros tópicos, várias referências à esterilização de cães, tanto machos como fêmeas.
Em tempos muito remotos li algo sobre o assunto, em sites de direitos dos animais, mas tinha ficado com a ideia de que a única razão para o fazer seria o controlo populacional, e nada mais. Seria, portanto, uma vantagem para o colectivo, mas não necessariamente para o individuo.
A minha primeira reacção foi de um certo cepticismo: seria isto uma daquelas tendências estúpidas de "facilitar" a vida aos donos, estragando a vida do bicho? Lembrei-me de imediato da prática de remoção das unhas aos gatos para evitar a chatice de sofás estragados.
Absurdo.
No entanto, quanto mais li mais me apercebi das semelhanças entre diferentes sites e autores: os textos aos quais dei crédito são escritos por veterinários, não por amadores. Estes últimos baseiam-se praticamente só na vantagem colectiva (como neste texto, em cache do google se não o conseguires ler no site original) e por isso não os tomei em consideração.
Todos referem razões e vantagens similares, apesar de serem escritos por pessoas de nacionalidades distintas (americanos, britânicos, mexicanos, brasileiros) várias das razões referidas são vantagens directa e primariamente para o cães e gatos em si, não para os donos, ou para os vizinhos, ou para quem quer que seja. Estas razões são as que verdadeiramente me interessam.
Há uma série de mitos em relação a este tema; eles nascem, quase sempre, da ignorância em relação aos factos (razões, vantagens, possíveis desvantagens e a probabilidade de estas existirem) e de uma de duas tendências: ou humanizar a experiência canina (eu não quero ser castrado, logo o meu animal também não quererá) ou naturalizá-la em demasia (não é natural castrar um animal).
A reacção emocional de repulsa e recusa desta prática (ou sequer de a mencionar como hipótese) é comum; até poderíamos dizer que é "natural". No entanto, e como em quase todas as situações, devemos informarmo-nos sobre o tema antes de passar juízo, por forma a podermos ter uma opinião segura (e não apenas baseada no calor do momento).
Vejamos então, e resumidamente (pois não tenho paciência para grandes detalhes, para isso estão os links no final) os factos e mitos sobre o tema.
A esterilização dos cães traz várias vantagens para o animal.
Também traz vantagens para os humanos que convivem com o bicho.
Vejamos as primeiras:
Prevenção de Doenças
Diminuição de incidências de cancro mamário, problemas de próstata, tumores perianais e hérnias.E liminação total de canco testicular (claro...) e uterino (pois...) bem como outras doenças e problemas do útero.
Poder-se-á alegar - e tem a sua lógica - que é óbvio que a remoção de orgãos elimina problemas nos mesmos. Acontece é que estes orgãos só são necessários para a reprodução, e, como veremos a seguir, é boa ideia impedi-la.
Diminuição de Frustração e Stress
Um cão (macho) castrado não sentirá a frustração e stress de, apesar de conseguir cheirar cadelas com o cio, não poder abrir a porta do apartamento e do prédio e de ir à rua ver se consegue namoro. Ao perder esse instinto (que não desaparece de um dia para o outro, mas sim passado algum tempo, como se pode ver nesta foto comprometedora - apesar da falta de pontaria - do Rafy com a Maria, pós-operação) perderá a frustração que é ter o corpo a pedir algo que não vai conseguir (até porque não o deixaria, no caso do Rafy, pois como seu responsável, não quero ver-me a braços com uma ninhada indesejada e sem casa para onde ir). Uma cadela deixa de ter casos de gravidez psicológica (olá Maria!) com o stress e frustração daí resultante. Estas duas vantagens globais (isto é, estes 2 conjuntos de várias vantagens individuais) são suficientes para que a esterilização do cão/cadela seja a opção a tomar, tendo em conta que as possíveis desvantagens (ver abaixo) são raras e muito menos graves que os problemas que se evitam, e que os mitos prevalecentes não são realistas.
Vejamos agora vantagens para os humanos que convivem com o cão (que tecnicamente não interessam como as anteriores interessam, mas que podem pesar na decisão dos donos):
Adeus à gravidez indesejada
A cadela aparece grávida e agora há que arranjar quem fique com uma data de canitos? O cão namorou com a cadela do vizinho e ele ficou a braços com uma ninhada indesejada? Agora já não. Adeus aos problemas do cio A cadela está agitada e stressada em casa e na rua mete-se com os cães todos? O cão está inquieto em casa e doido na rua? Agora já não.
Diminuição do comportamento agressivo e territorial
Se um cão for agressivo ou territorial (gostar de marcar o terreno por todo o lado) essas tendências diminuem, regra geral, consideravelmente.
Aumento de concentração O treino do animal (se se fizer) será mais fácil pois, regra geral, o cão estará mais atento e por mais tempo, pois não ligará às distracções de origem hormonal à sua volta. Há que referir ainda a vantagem incontornável de reduzir o excesso populacional dos cães (e gatos, já que falamos disto) : existem demasiados animais domésticos que acabam por ser mortos ou abandonados.
Eis as possíveis desvantagens:
Aumento de tamanho nos cães
É possível que o cão fique ligeiramente mais alto do que ficaria se não fosse esterilizado. Ligeiramente é a palavra operativa na frase anterior.
Incontinência
É possível que, em alguns casos, o cão fique com alguma incontinência. Não é raro, mas também não é comum. Esterilizar é uma operação invasiva desnecessária
Sim, mas pode impedir outras operações futuras que derivem de doenças que apanhe. Além disso, é uma operação bastante simples (sobretudo no caso dos machos) e possíveis complicações aparecem numa pequeníssima minoria de casos.
Esterilizar é caro
Pois é (eu paguei 150 Euros pela cirurgia e 40 pela injecção de antibióticos), mas quem disse que ter um cão era barato? Além disso poderás estar a poupar dinheiro no futuro, impedindo doenças cuja cura pode ser mais cara ainda.
Falemos agora dos mitos (e receios) mais comuns associados a esta prática. Existem outros, mas estes são os mais comuns:
Os cães ficam gordos e preguiçosos Talvez... se não fores um dono minimamente cuidadoso. Se vires que está a ficar mais gordo, reduz a quantidade de comida (melhor ainda, de guloseimas) que lhe dás. Além disso, lá porque está menos agressivo não quer dizer que não queira fazer exercício. Sai, corre e brinca com ele e verás que não fica preguiçoso.
Os cães ficam frustrados e infelizes por perder a virilidade
Esse mito nasce da ideia de que os cães e os humanos são iguais quando não o são ;) Ao contrário de um ser humano, o cão não tem expectativas em relação aos seus (hipotéticos) futuros filhos e não tem vontade de brincar com netos. Um cão (macho) nem sequer sabe/percebe que os cachorros que a sua, errr, namorada pariu, são seus filhos. Nos cães é apenas uma questão hormonal, não sentimental ou emocional.
Não é natural castrar um cão
Pois não... mas o que é que é natural na vida de um cão? A espécie canina é radicalmente diferente de todas as espécies selvagens e bastante diferente das restantes domésticas. A vida de um cão doméstico não tem nada a ver com o que em tempos foi natural para a sua espécie. A sua sobrevivência depende, em grande medida, dos humanos com que convive, que lhe trazem ao comedor comida preparada, àgua limpa, brinquedos e tratamentos médicos. Não vivem ao relento, não têm predadores, enfim, são uns lordes, e ainda bem :) No entanto, e como estão à guarda de um humano, o mais acertado, creio, é que esse humano pondere o que é melhor para o seu amigo canino e por isso decida fazer todas essas coisas anti-natura aqui descritas... e esterilizá-lo.
Ah, operá-los para que não morram de uma doença também é anti-natura, e no entanto nem pensarias em não o fazer!
Enfim, isto é apenas uma visão geral sobre o tema e espero que neste momento a tua opinião, se antes era negativa, tenha mudado e que concordes que o Rafy ganhará mais do que perderá com esta decisão - ou não, a mim que me importa o que penses? ;)
Seja como for sugiro que visites os seguintes links (incluindo referências para estudos científicos em alguns deles) para teres uma informação mais completa:
Mais uma vez os meus cumprimentos para a Maria Rita com os ron-rons do
Berrinhos

Sem comentários:

Enviar um comentário